O devorador
Reunindo ensaios e depoimentos inéditos de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Maria Bethânia, Bete Coelho, Jorge Mautner, entre muitos outros, este livro homenageia a carreira do dramaturgo e fundador do Teatro Oficina, José Celso Martinez Corrêa (1937–2023). Uma trajetória marcada pela inovação radical, pela crítica política e pela celebração da liberdade artística e corporal. A obra coletiva é organizada pelo jornalista e pesquisador Claudio Leal.
A verve antropofágica de Oswald de Andrade (1890-1954), grande inspiração para Zé Celso, e que também influenciou o nome deste livro, foi a fagulha para o projeto de design. A antropofagia é um conceito que propunha “deglutir” a cultura europeia chegada ao Brasil e “digeri-la” sob a forma de uma arte essencialmente brasileira. O projeto gráfico se inspirou nas experimentações tipográficas que podem ser vistas em capas de discos tropicalistas dos anos 1960, em movimentos de vanguarda europeus como o Dadaísmo e também nas icônicas capas da revista sobre modernismo brasileiro Klaxon (1922-23).
O livro é estruturado em narrativas visuais e textuais. Duas sequências de imagens marcam o início e a metade do livro, intercalando o grande volume de texto. Aberturas tipográficas eloquentes e variadas marcam os textos, fazendo com que sejam vistos como os atos de uma grande obra. Seu desenho livre de estruturas procura dialogar com o caráter experimental, poético e libertário da obra de Zé Celso. A lombada do livro é de costura aparente e permite que seu grande volume seja fácil de manusear com uma encadernação de brochura. Sua capa tripla se desdobra para fazer as vezes de um pôster e revelar fotos de diferentes fases de Zé Celso.
Edições Sesc São Paulo, 2025
17 × 26 cm














































































































































































































































































